quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Criando primeiro Programa com o Eclipse

Neste post, trabalharemos com a IDE Eclipse. O Eclipse é um software popular, poderoso e gratuito. Assumimos que o Eclipse, assim como o ambiente Java, já estão devidamente instalados.


Figura 1

A Figura1 apresenta um screenshot do Eclipse. Para chegar a essa tela da Figura1 , abra o Eclipse. Primeiro, ele perguntará que workspace você quererá usar, como pode ser visto na
Figura 2.

Figura2

Workspace é o diretório onde se cria e trabalha em projetos. Se você não tem nenhuma razão para mudar o padrão, apenas clique em Ok. Feito isso, aparecerá a tela da Figura3.



Figura3

Esta tela aparece todas as vezes que se abre um workspace novo; para ir ao ambiente de trabalho, clique no ícone do canto superior direito, com o rótulo Workbench.
É possível usar vários workspaces com uma mesma instalação do Eclipse. Muitos programadores costumam manter vários workspaces, com projetos relacionados em cada um. Por exemplo, se o desenvolvedor trabalha como freelancer para várias empresas, pode ter um projeto para cada uma; se o desenvolvedor também é estudante, pode manter um projeto para o trabalho e outro para o curso; e assim por diante.

Classes e pacotes no Eclipse


Para criar um programa em Java usando o Eclipse, precisamos primeiro criar um projeto do Eclipse. Um projeto é uma unidade de trabalho genérica, mas podemos assumir nesse tutorial que um projeto é um programa. Para criá-lo quando o Eclipse já estiver apresentando a tela da Figura1, pressione Control + N. Feito isso você verá a janela da Figura4.



Figura4

Nela, selecione a opção Java Project e clique em Next. Na tela que pode ser vista na Figura5, podemos configurar vários detalhes do projeto. Por ora, vamos apenas dar um nome para o projeto. Poderíamos clicar em Next e mudar outras configurações, mas não precisamos disso agora, então clique apenas em Finish. O projeto aparecerá no compartimento do lado esquerdo, na aba Project Explorer.

Figura5

Criado o projeto, podemos criar as classes. Pressione novamente Control + N, escolha a opção Class e clique em Next. A janela da Figura6 aparecerá com várias opções para definição da classe.


Figura6


No campo rotulado Name, digite “PrimeiraClasse”. Um alerta aparecerá dizendo que é recomendável declarar um pacote (package) também; para declará-lo, digite “artigoinicial.primeironome” no campo rotulado Package. Depois clique em Finish.
Pacotes são agrupamentos que podem conter classes e outros pacotes. Cada um é um diretório, e os arquivos de código-fonte das classes - assim como os arquivos compilados - que pertencem a um pacote devem vir dentro do diretório correspondente. Em artigoinicial.primeironome, por exemplo, há dois pacotes: um chamado artigoinicial e outro chamado primeironome, que está dentro do primeiro. Os pacotes são importantes para organizar o código, pois programas podem ter literalmente milhares de classes.
Pacotes também evitam conflitos. É possível usar classes produzidas por outras pessoas e organizações, e alguns nomes são bem comuns, como File, User, List etc. Em Java, toda classe é compilada para um arquivo que tem o mesmo nome - e não seria possível ter dois arquivos com o mesmo nome no mesmo diretório.
Porém, se ponho minha classe File no pacote br.com.minhaempresa.nomedoprojeto e você puser a sua em br.org.suaong.projeto, é possível usar ambas as classes em um mesmo programa.
classe aparecerá no painel do lado direito, como visto na Figura7, e um editor abrirá no centro da tela. Nele, estará o seguinte código:

public class PrimeiraClasse {
}


Esse código define uma classe vazia. Na primeira linha, o pacote da classe é declarado. A palavra public significa que a classe é pública, quaisquer outras classes podem usar serviços que ela proveja.
Já a palavra class define que o que será declarado agora é uma classe; o nome da classe, PrimeiraClasse, deve vir logo após a palavra class.
As chaves que se seguem ({ }) definem o corpo da classe: é entre elas que os atributos e métodos devem ser descritos.
Por fim, é visível na Figura7 que o nome do arquivo em que o código-fonte está é PrimeiraClasse.java. Em Java, é obrigatório que o arquivo tenha o nome da classe principal que ele contém seguido da extensão .java.
Felizmente, todos esses detalhes já foram resolvidos pelo Eclipse.



Figura7


Método main()

Todo programa em Java precisa de uma classe que crie os primeiros objetos e lhes passe as tarefas iniciais. Quem faz isso é um método especial, chamado main(). A forma desse método é a seguinte:

public static void main(String[] args) {
}
A palavra public, aqui, significa que qualquer outra classe pode utilizar esse método. main é o nome do método, e antes do nome deve vir o tipo do valor que ele retornará; como o método main não retorna nada, diz-se que ele retorna void.
Já a palavra static tem um sentido bem especial: significa que o método pode ser invocado mesmo sem ser criado nenhum objeto da classe. Na maioria das vezes, os métodos de uma classe só podem ser chamados por seus objetos, mas um método static escapa dessa restrição.

Note que o programa é iniciado por um método chamado main(), não por uma função, como em C ou C++. Em Java, não existem funções “livres”, apenas métodos.

Após o nome do método deve vir a lista de parâmetros. main() recebe apenas um parâmetro: um vetor (também chamado array) de objetos da classe String, que representa sequências de caracteres. A declaração do parâmetro é o seu tipo seguido do seu nome (no caso, foi chamado de args, mas poderia ser qualquer identificador não reservado). Note que há um par de colchetes ([]) logo à frente da palavra String; os colchetes significam que o parâmetro args não é uma String, mas sim um array de String. Por ora, esse parâmetro pode ser ignorado.
Em C e C++, declara-se que uma variável é um vetor colocando o par de colchetes após o nome da variável, como em char array[]. É possível fazer isso também em Java, mas geralmente é recomendado colocar o par de colchetes após o tipo, pois isso deixaria claro que o tipo da variável não é String, mas sim um vetor.

O parâmetro que o método main() recebe é um array com todos os argumentos que foram passados, pela linha de comando, para o programa Java, de modo semelhante aos parâmetros argc e argv da função main() de C.

Olá, mundo!

Agora que já foi visto como criar uma classe e declarar o método main(), pode-se adicionar o método à classe já criada. Vejamos, por exemplo, como criar o tão famoso “Hello, World”.
Para isto, basta acrescentar, dentro do método main() a seguinte linha:
System.out.println("Olá, mundo!");A classe resultante pode ser vista no codigo abaixo:


public class PrimeiraClasse {

public static void main(String[] args) {
System.out.println("Olá, mundo!");
}

}

Para executá-la, basta clicar no botão Run do Eclipse .
Aparecerá uma aba na parte inferior da janela, chamada Console, e nela haverá uma parte em branco em que estará escrito “Olá, Mundo!”, como pode ser visto na Figura8.
Enfim, acabamos de criar nosso primeiro programa em Java.No começo do artigo foi dito que os programas em Java são compostos por vários objetos; até agora, porém, pode-se ter a impressão de que não só nenhum objeto foi utilizado como apenas uma classe foi usada.Seria um engano: no nosso programa várias classes e objetos foram utilizados.
Para começar, o texto “Olá, Mundo!” foi representado por uma instância de String. (“Instância de X” é sinônimo de “objeto da classe X”.) Este objeto String foi passado como parâmetro para o método println() de um objeto apontado pela variável out.



Figura8

Espero que esse post tenha ajudado a esclareçer as dúvidas de alguns colegas que estão iniciando em Java.

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