sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A História da Tecnologia Java Parte 5




Java 2

Com o passar do tempo, a tecnologia Java evoluiu de uma linguagem de programação para uma grande família de tecnologias, todas baseadas na linguagem Java e no conceito multiplataforma. Em dezembro de 1998 era lançada a versão 1.2 (codinome Playground) ou Java 2, como ficou mais conhecida. Foi quando a API gráfica multiplataforma Swing incorporou-se ao núcleo. Também surgia o largamente usado (e útil) framework de coleções do Java.

Osvaldo Doederlein: “No começo de carreira em 1996, trabalhando para a também recém-criada Visionnaire, fui encarregado de examinar uma nova linguagem da Sun, que parecia ‘quente´ devido ao embutimento no Netscape. Baixei o JDK 1.0, e logo estávamos dando o primeiro curso de Java do Brasil, antes mesmo da Sun.

Começamos a usar Java pra valer quando surgiram a JSP e Swing (adotando ambas desde os primeiros betas) e implementações de CORBA que permitiam às GUIs feitas em Java falar com programas C++... afinal, o Java era muito lento para servidores. Depois do Java2 tudo mudou, o Java virou campeão no servidor, entrou também no segmento móvel, por outro lado o Java acabou virando o patinho feio dos desktops... até o surgimento da JavaFX, que tem renovado meu interesse por GUIs. Mas essa é uma nova história!”




O que mais chamou a atenção, no entanto, foi a divisão entre J2SE (Java 2 Platform, Standard Edition), a base da plataforma, J2EE (Enterprise Edition) voltada para aplicações corporativas e J2ME (Micro Edition), uma versão reduzida, específica para pequenos aparelhos.
O J2EE rapidamente se tornou a principal plataforma utilizada pelas grandes empresas do mundo todo, pois pela primeira vez elas tinham uma tecnologia sólida, confiável e multiplataforma para criar suas aplicações empresariais, principalmente web.
Empresas como IBM, BEA e Oracle lançaram seus servidores de aplicação Java EE (o “2” sairia oficialmente do nome em 2006).

Logo começaram a surgir servidores de aplicação Open Source, como o JBoss e o Tomcat, que popularizaram ainda mais a tecnologia, ao permitir que qualquer empresa e desenvolvedor tivesse acesso a esses poderosos recursos.

Ulisses Telemaco, JEEBrasil/JavaBahia: “O ano era 1999, estava quase no meio da minha graduação quando conheci de verdade Java. Comecei a trabalhar na reescrita de dois grandes sistemas para a UFRN. O primeiro foi desenvolvido em Applet e o segundo em JSP. A satisfação em trabalhar com essa tecnologia foi tanta que em poucos dias (isso mesmo, dias!) nossa equipe teve a ideia de lançar o JSPBrasil. Era um projeto com o objetivo de disponibilizar material didático sobre a tecnologia Java/JSP. O JSPBrasil evoluiu para J2EEBrasil e JEEBrasil. Minha satisfação em trabalhar e contribuir para a comunidade continua a mesma (diria até que aumentou)”.




O Java ME também foi adotado em massa pelos fabricantes de telefones celulares, e se expandiu para outros aparelhos, como PDAs, impressoras e hoje temos até uma caneta capaz de rodar aplicações Java. Só nos aparelhos celulares, existem hoje mais de 2 bilhões de dispositivos compatíveis com Java ME.




Java Community Process - JCP
Em 1997, a Sun tentou padronizar a especificação de Java através do comitê ISO/IEC JTC1. Depois de muita discussão e pedidos de esclarecimentos por parte dos membros da ISO para aprovar a solicitação feita pela Sun, a própria empresa decidiu retirar sua solicitação e criar um comitê próprio, específico para atender as necessidades da Tecnologia Java.


Assim, em 1998, nasceu o Java Community Process (JCP). O JCP foi criado com o objetivo de ser um processo aberto e participativo para desenvolver e revisar as especificações da tecnologia Java, suas implementações de referência e suas suites de teste. A abertura do JCP permitiu com que mesmo empresas concorrentes da Sun se tornassem participantes ativas da evolução da Tecnologia Java. Diferentemente da maioria dos processos de padronização existentes, é possível até mesmo participar como indivíduo, sem representar uma organização, e sem pagar nada. Isso fez do JCP um ponto de atração para a discussão e evolução da tecnologia Java.

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