quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A história da Tecnologia Java Parte2



A Linguagem

Para operar num sistema embarcado de recursos limitados, Gosling até começou a modificar e estender o C/C++ (se referia como "C++ ++ --"), mas logo abandonou a ideia em favor de uma linguagem nova, de características peculiares. Destacando algumas:
- Sintaxe parecida com C/C++: a familiaridade com linguagens tão conhecidas facilitaria sua disseminação e aprendizado;
- Segura: nada de ponteiros! Uma proteção contra programas mal intencionados querendo acessar endereços de memória indevidos;
- Confiável: imagina ter que “dar boot” em seus eletrodomésticos a todo o momento;
- Garbage collected: a coleta de lixo proporcionaria maior eficiência no uso da memória;
- Multiplataforma: portável para diferentes dispositivos, independente do tipo de CPU;
- Interpretada: para facilitar o trabalho do “tradutor”, a linguagem deveria ser convertida para um formato intermediário (os bytecodes) que seria enviado pela rede para executar dinamicamente no dispositivo real.
A nova linguagem chegou a ser chamada de Greentalk (as extensões dos arquivos fonte eram .gt), mas depois recebeu de Gosling o nome Oak, inspirado por um carvalho que existia na frente do seu escritório.

Já próximo do lançamento, por conta de uma outra linguagem homônima, o time teve que escolher outro nome. James não tem certeza absoluta de quem disse “Java” primeiro, mas era o quarto nome de uma lista que continha ainda Silk e Lyric.

No “Como o Java recebeu esse nome?” apresentamos a tradução de um e-mail em que James Gosling conta a história do nome Java. James explicava para o então CEO da Sun - Jonathan Schwartz - o que ele se lembrava do processo de definição do nome. Jonathan depois postou essa mensagem em seu blog.


Como o Java recebeu esse nome?
De: James Gosling
Data: 24 de Agosto de 2007 - 20:16:58
Para: Jonathan Schwartz
Assunto: Como o Java recebeu esse nome?
A história é a seguinte:
Nós precisávamos de um nome. Estávamos usando "oak" (que eu escolhi randomicamente), e embora o time tenha se apegado e ele, os advogados responsáveis pelo registro de marcas o descartaram. Tivemos muitos debates por email sobre nomes, mas nada era resolvido. Acabamos na estranha posição em que a única coisa que nos impedia de fazer o lançamento era o nome. Nosso líder de marketing conhecia alguém que era um "consultor de nomes" (eu não lembro o nome dele, mas ele era ótimo). Nós não podíamos pagar o preço nem tínhamos tempo para fazer um processo completo de criação de nome de produto. Ele concordou em fazer algo bem atípico, mas efetivo e rápido: ele atuou como um facilitador em uma reunião onde uma dúzia de nós nos trancamos em uma sala por uma tarde. Neste momento ele começou perguntando questões como "Como esta coisa faz vocês se sentirem?" (Animados!) "O que mais faz com que vocês se sintam assim?" (Café, Java!*). Chegamos a um quadro coberto de palavras aleatórias. Então, ele nos conduziu em um processo de ordenação onde finalizamos com um ranking de nomes. Acabamos com uma dúzia de nomes candidatos e os enviamos para os advogados: eles trabalharam na lista de cima para baixo até que chegaram a um nome que passou pela pesquisa deles. "Java" era o quarto nome na lista. O primeiro nome era "Silk", que eu odiei, mas todos os outros gostaram. Meu favorito era "Lyric", o terceiro na lista, mas ele não passou pelo teste dos advogados. Eu não lembro quais eram os outros candidatos.
Então, quem deu o nome Java? Uma reunião organizada pelo marketing, o consultor que a organizou, e um monte de nós gritando várias palavras aleatórias. Eu honestamente não tenho certeza absoluta de quem disse "Java" primeiro, mas acredito que tenha sido Mark Opperman.
Com certeza não foi nenhuma mente brilhante de marketing usando um processo coerente e bem pensado.

* "Java" é uma gíria norte-americana para café (NT).


Nascem o Star7 e o Duke

Em abril de 1991 o projeto ganhou o reforço de Ed Frank, arquiteto da SPARCstation 10, que liderou o desenvolvimento do hardware. Em dois meses projetaram e construíram um PDA (Personal Digital Assistance) batizado de Star7 (ou *7). Monitor touch screen LCD colorido de 5 polegadas, rede sem fio de 900 MHz, áudio multimídia e entradas PCMCIA. O grupo conseguiu colocar nesse pequeno dispositivo o SunOS (Unix da Sun), o interpretador Oak, bibliotecas gráficas, objetos de interface, as aplicações, imagens, sons e animações, tudo rodando com sucesso em 4 megabytes de memória RAM.

O *7 funcionava como uma espécie de controle remoto para vários dispositivos. Para facilitar sua utilização, foi criado um agente virtual, uma espécie de Mestre de Cerimônias, um pequeno e animado personagem que dava cambalhotas e aparecia em todas as telas do sistema. No futuro próximo, o pequeno agente se tornaria o conhecido mascote da tecnologia Java, o Duke. Muitos anos depois, os desenhos do Duke foram liberados sob uma licença BSD, permitindo seu livre uso pelos desenvolvedores Java.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog, e muito bom o post, apesar de ser uma tradução, mas isto só indica que vem de uma fonte fiável e o melhor, em nosso idioma.

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